Trabalhadores na fruticultura: Renda mensal pode ser de apenas R$343,94

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Região nordeste é a principal produtora de frutas do Brasil.

Segundo Alexandre Putti (Revista Carta Capital), com base em estudo da Oxfam Brasil, empregados rurais na fruticultura não recebem salários para terem vida digna. O estudo teve como base a região nordeste, onde está concentrado a maior parte dos empregados deste cultivo.

O resultado ilustra como o trabalho por safra, aquele que o trabalhador só é contratado em época de colheita, impede que pessoas possam garantir o sustento de suas famílias com dignidade. Além disso, o estudo ressalta como a reforma trabalhista, aprovada em 2016, piorou a situação dos trabalhadores, principalmente pelo enfraquecimento dos sindicatos regionais e a possibilidade de terceirização das atividades-fim. Afirma Putti.

A pesquisa durou três anos e contou com 57 entrevistas com empregados em 11 estados diferentes na região do estudo.

De acordo com Putti. O relatório traz números que ilustram esse cenário. Utilizando o exemplo de uma trabalhadora safrista do melão no Rio Grande do Norte, ela é a principal provedora de sua família, mas tem um contrato de apenas 3 meses. Por seu trabalho neste período receberá, em média, 4.127,25 reais (excluindo possíveis descontos ou benefícios). Se for a única ocupação no ano, sua renda mensal média será de 343,94 reais.

Outro problema recorrente é a presença dos agrotóxicos, dos 290 produtos aprovados este ano pelo governo, até julho, 41% são considerados de alto risco a saúde e 32% foram banidos pela União Europeia.

Segundo a Oxfam, trabalhadores de cadeias de frutas estão entre os 20% mais pobres do Brasil. O setor gera aproximadamente R$40 bilhões ao ano de receita aos produtores entre vendas internas e internacionais. O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo.